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silêncio

  • Ana Carolina Albuquerque
  • 9 de mar. de 2022
  • 1 min de leitura

silêncio.

cri, cri.

pisco meus olhos com uma maior frequência. sinto cada bater do meu coração no peito.

é quando ouço também todas as palavras não ditas, ouço também aquelas que nem coragem tenho de pensar, mas que são resguardadas por uma parte minha que não tenho controle sobre.

lembro de mim mesma. de quem eu fui, de quem eu poderia ter sido e de quem eu queria ter sido.

o passado assombra.

silêncio.

cri, cri.

foi também quando ouvi Sua voz. sem precisar gritar, Você me disse que meu passado não importava, e que meu futuro era Seu. disse que ele era Seu de novo e de novo, mesmo depois de eu ter indagado e duvidado de Seus planos para mim.

lhe perguntei "quem sou eu para ser alguém para Você?" e Tu me mandastes largar o meu bastão.

silêncio.

sssssssss.

o bastão é serpente.

meu passado é serpente.

"pegue-a pela calda", Você ordenou.

não se pega serpente pela calda, pensei. mas peguei.

a serpente é bastão.

não há serpente que não se curve ao toque do meu Pai.

silêncio.

só se ouvem o som das águas.

o meu passado foi lavado pelo amor Daquele que perdoa e cuida. o meu passado se torna pequeno diante da Sua grandiosidade.

o meu passado se rendeu ao Renovo.

 
 
 

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