calada
- Ana Carolina Albuquerque
- 9 de mar. de 2022
- 1 min de leitura
eu calada não sou poeta.
porque calada eu não existo,
não respiro e
não suspiro e
não reviro incessantemente o eu&você dentro da minha cabeça.
eu piro.
preciso gritar
e te falar tudo e demonstrar o que seria a nossa possibilidade até encontrar um jeito de fazer a gente funcionar.
não quero me frustrar.
não quero te atrapalhar.
mas, calada, quanto problema eu poupo?
se falo, resolvo?
se falo, desenvolvo
o eu&você, o nós, o meu e sua?
na dúvida, fico calada.
o silêncio que vale mais que mil palavras também consome um de dentro pra fora.
então,
calada eu não existo.
perco o fôlego.
meus pulmões já não aguentam mais ouvir a poetisa.




Comentários