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amantes

  • Ana Carolina Albuquerque
  • 9 de mar. de 2022
  • 1 min de leitura

{texto 𝘣𝘢𝘴𝘦𝘢𝘥𝘰 𝘯𝘢 𝘱𝘪𝘯𝘵𝘶𝘳𝘢 𝘖𝘴 𝘈𝘮𝘢𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘙𝘦𝘯é 𝘔𝘢𝘨𝘳𝘪𝘵𝘵𝘦}



sufocados. estamos sufocados porque o amor sufoca, é simples assim. deixa eu ver se eu entendi direito: se o amor é a causa do sufoco e você é a causa do amor, então desde o seu nascimento com o grito de dor de sua mãe eu estava fadada a perder o oxigênio para a sua imensidão que tomou conta de mim.


o amor sufocou o nosso tempo. não, a falta dele - do tempo - que sufocou o nosso amor. então o grito da sua mãe não significou nada para mim, além de um sinal de que você viria ao mundo me inundar daquele caos lindo e doce que me deixou sozinha. a doçura, essa que faz cáries nos dentes, criou uma solidão no meu coração, daquela que engana e mascara o silêncio de companhia e eu acreditei.


quem me olha de fora, naqueles momentos em que acho que ninguém está me observando, consegue ver o desespero no olhar de uma mulher enquanto ela se prostra diante de si mesma no espelho do quarto e observa enquanto a vermelhidão toma conta do seu rosto e nada pode fazer a não ser desmontar.


porque o homem mata, mas a insuficiência do tempo sufoca. não eu, não você, não o amor, nem o grito da sua mãe, nenhum de nós é o ator do estrangulamento. e sim o tempo e sua incapacidade de servir ao homem, de seguir ordens e fazer planos e manter rotinas.


então.... para a fome, alimento. para a dor, remédio. para o frio, calor. para a falta de tempo? ar. finalmente, ar.

 
 
 

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©2022 por carol :)

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