A influência das séries de televisão na escolha da carreira dos adolescentes

~ o artigo que me fez entrar no jornal da escola :) ~

As séries de televisão são um fenômeno mundial nos dias atuais, mas seu início se deu na década de 40, com Pinwright’s Progress, estrelada em um teatro em Londres e transmitida ao vivo por uma emissora britânica. Desde então esses programas viraram um meio de entretenimento para todo tipo de público, com destaque para o público mais jovem: os adolescentes.

Perfeitos para distrair os jovens de sua vida acadêmica, os seriados se tornaram uma parte importante do cotidiano juvenil. Hoje, podem ser consideradas grandes disseminadoras de cultura e ideologias, especialmente pela grande variedade de conteúdo oferecido pelas emissoras e plataformas de streaming. Assim, têm papel fundamental na formação da identidade do adolescente, já que o mesmo está em um período de amadurecimento e formação de suas próprias opiniões e visões de mundo.

Devido a essa influência, muitos jovens começam a desenvolver e conhecer suas áreas de interesse baseado nos programas que assistem. No Brasil, séries de drama médico, como Grey's Anatomy e House, têm despertado cada vez mais o interesse da audiência mais jovem, o que é refletido na sociedade atual com a alta concorrência para o curso de Medicina.

Como outro exemplo temos as séries policiais, como CSI e Criminal Minds, e jurídicas, como Suits e Scandal. Por explorarem a área jurídica e questões criminais, prendem a atenção do telespectador e geram curiosidade sobre o assunto. É inegável dizer, portanto, que o que antes era visto como lazer e entretenimento agora serve de inspiração e estímulo para a escolha de uma futura profissão.

É importante ressaltar, no entanto, que essa realidade vista nos seriados é retratada pela televisão de forma ideal, perfeita, o que pode dar uma falsa impressão sobre o real cotidiano da profissão. Isso é intensificado pelo fato da maioria dos seriados de televisão serem americanos, um país de primeiro mundo com uma realidade grotescamente diferente da brasileira. A cirurgia pode não correr como o esperado, o policial nem sempre vai pegar o bandido, o advogado pode não conseguir um acordo judicial. Essa é a imagem que nem sempre é exposta pelos TV shows e pode iludir seu público mais imaturo e inexperiente a achar que tudo não passa de um mar de rosas e que a história sempre terá um final feliz. É necessária, assim, uma percepção do real e irreal, do possível e improvável, por parte do jovem, para que não haja desapontamentos quando chegar a hora de exercer sua função em sociedade.

Incentivar a curiosidade natural do adolescente e sua vontade de estar constantemente conectado é essencial. Dessa forma, ele vai promover o autoconhecimento e sair da sua zona de conforto para começar a ter uma visão mais ampla do mundo e de todas as opções que esperam por ele. É aquele ditado: “Sonhe alto, mas sonhe com os pés no chão”.

Ana Carolina Albuquerque